Não tenho muito o que dizer hoje, estou demasiadamente cansada depois de 4 horas fazendo uma prova, só quero compartilhar o poema da prova. Era pra fazer uma análise crítica dele, de acordo com meus conhecimentos de Teoria e Crítica Literária. Esse aí, ó:
Graciliano Ramos - João Cabral de Melo Neto
Falo somente com o que falo:
com as mesmas vinte palavras
girando ao redor do sol
que as limpa do que não é faca:
com as mesmas vinte palavras
girando ao redor do sol
que as limpa do que não é faca:
De toda uma crosta viscosa,
resto de janta abaianada,
que fica na lâmina e cega
seu gosto da cicatriz clara.
Falo somente do que falo:
do seco e de suas paisagens,
Nordestes, debaixo de um sol
ali do mais quente vinagre:
do seco e de suas paisagens,
Nordestes, debaixo de um sol
ali do mais quente vinagre:
Que reduz tudo ao espinhaço,
cresta o simplesmente folhagem,
folha prolixa, folharada,
onde possa esconder-se na fraude.
cresta o simplesmente folhagem,
folha prolixa, folharada,
onde possa esconder-se na fraude.
Falo somente por quem falo:
por quem existe nesses climas
condicionados pelo sol,
pelo gavião e outras rapinas:
por quem existe nesses climas
condicionados pelo sol,
pelo gavião e outras rapinas:
E onde estão os solos inertes
de tantas condições caatinga
em que só cabe cultivar
o que é sinônimo da míngua.
de tantas condições caatinga
em que só cabe cultivar
o que é sinônimo da míngua.
Falo somente para quem falo:
quem padece sono de morto
e precisa um despertador
acre, como o sol sobre o olho:
quem padece sono de morto
e precisa um despertador
acre, como o sol sobre o olho:
Que é quando o sol é estridente,
a contrapelo, imperioso,
e bate nas pálpebras como
se bate numa porta a socos.
a contrapelo, imperioso,
e bate nas pálpebras como
se bate numa porta a socos.
Depois eu falo sobre o poema, hoje eu cansei mesmo....
Nenhum comentário:
Postar um comentário